Informações Sobre Limpeza de Tubulações e Hidrantes

LIMPEZA DE TUBULAÇÕES DE SISTEMAS CONTRA INCÊNDIO

Os Sistemas para proteção contra Incêndio são projetados e instalados no Brasil das seguintes formas :
1-) Redes de Incêndio Alimentadoras de Hidrantes.
2-) Redes Distribuidoras com Sprinklers.

A legislação e o tamanho dos espaços a serem protegidos, tem determinado a obrigatoriedade do uso dos Sistemas com Sprinklers para proteção contra incêndio.
Os Sistemas de proteção contra Incêndio caracterizam por circuitos fechados de tubulações, verdadeiros reservatórios de água estagnada, denominados de Sistemas molhados.
Nos Sistemas secos, as tubulações são preenchidas com água para testes, e posteriormente são esvaziadas drenando-se as águas.

Em ambos sistemas serão proporcionados um ambiente ideal para o crescimento de micro organismos. Estes microorganismos em especial destaque às Bactérias, encontram condições ao longo das tubulações promovendo danos em todo Sistema. Quando as águas que alimentam os Sistemas de Incêndio, não possuem todas as condições inibidoras das ações destas Bactérias, estas desenvolvem um verdadeiro festival de destruição, nas paredes das tubulações. Tão logo um Sistema é instalado, entre o primeiro e segundo ano em operação, já temos registros de tubulações serem comidas pelas Bactérias, com o surgimento de furos. Pequenos carocinhos (pitting) são desenvolvidos pelas Bactérias sob os depósitos, que resultarão em vazamentos nas tubulações. Estas condições ameaçam todos os Sistemas Metálicos incluindo Ferro Fundido, Aço, Cobre, Ferro Galvanizado, etc. As águas que alimentam as redes de Incêndio necessitam ser periodicamente analisadas, com testes que detectam as condições favoráveis para a ação das Bactérias. Inibidores das mesmas poderão ser dosados na água de forma evitarem os danos. Como é possível verificar na figura acima, que tudo começa com a reação de oxidação da água com os metais, favorecendo a formação de depósitos de tubérculos existentes na água.

Neste exato momento é que, inibidores como o cloro residual existente na água, passam a ser roubados ficando os Sistemas sem proteção.

Estes depósitos ao longo do tempo vão bloqueando o fluxo de água, entupindo os Sprinklers, afetando a performance hidráulica dos Sistemas de Incêndio.

È comprovado que os Sistemas sem monitoramento, ou seja, abandonados ao longo do tempo, caminharam para estágios de corrosão com a “M I C” (Corrosão por Influencia Microbiológica), onde nada mais restou a fazer a não ser trocar as tubulações a um custo irracional.

Este custo seria ainda maior caso o Sistema, por razão de Incêndio, tivesse que ser utilizado.

Desde o ano 1990 ficou evidente que a Mic , estava atacando as tubulações dos Sistemas de Sprinklers, causando vazamentos e afetando o fluxo hidráulico dos sistemas atingidos.

Mic no seu sistema de proteção contra incêndio e as principais Bactérias identificadas:
Aero – Bactérias aeróbias – são Bactérias que necessitam de oxigênio para viver. Bactérias aeróbias são muito importantes na formação de biofilmes e nódulos, que resultam na formação de lama, lodo e também na formação da corrosão por influência microbiológica – Mic.

Acid Producing Bactéria (APB) – são microorganismos capazes de produzirem ácidos orgânicos. Ácidos orgânicos são fatores importantes para a ocorrência da corrosão por influência microbiológica – Mic.
Sulfate Reducing Bactéria (SRB) – são Bactérias estritamente anaeróbias e também influenciam significativamente a ocorrência da corrosão por influência microbiológica – Mic.

Iron Related Bactéria (IRB) – são Bactérias capazes de precipitar o ferro através de uma variedade do processo metabólico. Este tipo de Bactéria é a responsável pelos nódulos e depósitos que se formam na superfície da tubulação. Low Nutrient Bactéria (LNB) – este tipo de Bactéria é frequentemente encontrada em amostras de tubulação contendo baixos níveis de depósitos orgânicos, como por exemplo em água potável, água desmineralizada, condensadores, etc.

Estas Bactérias são aeróbias, muito importantes na formação de depósitos e na da Corrosão por Influência Microbiológica.
Também é muito importante conhecer a composição química da água que está sendo usada no sistema. O cloro residual, a dureza, o ph são importantes parâmetros químicos na avaliação da formação de depósitos e da Mic, nos Sistemas que usam esta água. O monitoramento das tubulações do seu sistema de proteção contra incêndio deve incluir a análise da qualidade da água, bem como a análise da água em diversos pontos do Sistema. De preferência examinar a presença de nódulos e bactérias através da análise de amostras, com a retirada de secções das tubulações. Este monitoramento deve ser feito rotineiramente, posto que as condições dos Sistemas podem mudar a qualquer tempo. O interior das tubulações dos Sistemas de proteção contra Incêndio, necessita estar limpo e livre da existência de depósitos. Mesmo que se aplique um biocida, nada impedirá o crescimento da Mic através do sistema sem que previamente seja feita a limpeza. Depois de limpo os Sistemas, toda a sua água necessita ser tratada para matar os micróbios. Os testes e a limpeza deverão ser adotados rotineiramente para a manutenção dos mesmos.

Nos U.S.A. existem muitas organizações envolvidas com as instalações com Sprinklers, incluindo a (NFPA) National Fire Protection Association a (AFSA) American Fire Sprinkler Association a (NFSA) National Fire Sprinkler Association, a (SFPE) Society of Fire Protection Engineers.No ano de 1999 a NFSA noticiou que nos U.S.A. estimava-se que um terço dos sistemas contra incêndio instalados estavam afetados com a MIC e que os mesmos não seriam eficientes quando solicitados numa ocorrência de incêndio. No Brasil o percentual é muito maior, dada a ausência de uma cultura para a manutenção preventiva.
Como solucionar estes problemas ? Atualmente existem duas opções a serem consideradas com seus respectivos graus de eficiência:
I – Lavagem do sistema ( flushing ).
II – Limpeza do sistema por métodos mecânico ou químico.
Antes de uma avaliação para a definição do método mais indicado, há que se verificar a extensão dos depósitos no interior das tubulações, a presença ou não de vazamentos e a integridade da tubulação.

Onde a MIC não destruiu a parede da tubulação ou seja Oxidação Leve, lavar e encher o Sistema com um biocida poderá ser satisfatório. Isto dependerá também do tipo de organismo encontrado, do tamanho e do programa de manutenção preventiva praticado para aquele Sistema.

Este método é temporário. Se a vazão e a velocidade não são suficientes, provavelmente os nódulos não serão removidos e os organismos encontrados debaixo dos depósitos sobreviverão e criarão cada vez mais ataques localizados e de intensidade mais severa, resultando em corrosão e vazamentos.

Para livrar o Sistema dos produtos da corrosão e da MIC a limpeza é a melhor opção.

A limpeza mecânica com pigs pode ser usada, mas diâmetros pequenos de tubulações, cruzetas, curvas, tez, reduções e ramificações fazem desta uma opção ineficiente.

O pig é um torpedo que é forçado dentro da tubulação de água. Ele projeta rotações enquanto se move dentro da tubulação e limpa a superfície da tubulação removendo os depósitos,más não matando o processo Bacteriológico. Alguns pigs menores, menos eficientes para a limpeza, podem passar através de curvas e cotovelos, mas não se conseguem evitar que eles fiquem presos dentro das tubulações. O pig requer também a abertura de muitas saídas, para serem colocados e removidos de dentro das tubulações, por causa do acúmulo dos depósitos resultantes da limpeza das superfícies, os quais impedem o seu percurso de limpeza. Este processo consome muito tempo e causa muita interferência na área onde a limpeza ocorre. Além do mais este método não limpará totalmente a tubulação podendo destruir as conexões com as cabeças dos Sprinklers. O pig, através do atrito promovido, poderá deixar bruta a superfície da tubulação e sem a eliminação Bacteriológica, o que poderá ser o início de um futuro aumento da MIC.

Limpeza Química oferece uma alternativa viável e segura para a reabilitação dos Sistemas de Sprinkler, e com o menor custo dos processos existentes. O tipo e a intensidade dos depósitos irão determinar as quantidades de produtos e o tempo, necessários para a remoção dos depósitos. A limpeza química promove a retirada total dos depósitos da superfície das tubulações e tem a vantagem de promover a desobstrução de todo circuito envolvido na recirculação da solução de limpeza, tais como válvulas, tez, cotovelos, cruzetas etc. O sistema é limpo pela recirculação do Pipe Klean Preblend, Patente Americana. Após toda a limpeza o Sistema é neutralizado devolvendo o Ph original do mesmo. Em seguida é feito a passivação química com inibidores para prevenirem futuras corrosões. Há menos interferência na área onde a limpeza ocorre e o espaço de tempo requerido é menor, devolvendo-se o Sistema para operação rapidamente. O processo químico utilizado elimina quaisquer biofilmes ou microrganismos que estejam presentes nas tubulações com a qual a solução química tenha estado em contato.

O processo químico para limpeza dos sistemas de Proteção contra Incêndio é uma patente Americana que foi reconhecida pela ANFS – American and National Fire Sprinkler Associations como um método de limpeza eficiente e seguro. Uma Unidade Móvel de Recirculação (MRU) é colocada no local e através dela é introduzida a solução química na zona a ser limpa, promovendo-se então a recirculação desta solução até que o sistema esteja limpo. O tipo e a intensidade dos depósitos determinarão a quantidade de solução e o tempo necessário para a limpeza total dos depósitos. As características da solução de limpeza, eliminarão qualquer contaminação Biológica dentro do Sistema e ao mesmo tempo a Passivarão do Sistema irá prevenir futuros ataques à tubulação metálica.

A tecnologia da limpeza química está a disposição das empresas brasileiras para Sistemas:

Proteção Contra Incêndio, Água Potável, Água Gelada (Ar Condicionado) e outros, etc…

Fonte: ENGº. WILSON TITTON

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