Sempre Podemos ir Além

A mãe parou ao lado do leito do filho de seis anos que estava morrendo de leucemia.

Embora seu coração estivesse triste e angustiado, ainda assim tinha um forte sentimento de determinação. Como qualquer outra mãe, gostaria que o menino crescesse e realizasse seus sonhos.

Então, tomando-lhe a mão, perguntou:
– Filho, você alguma vez pensou no que gostaria de ser quando crescer?
– Mamãe, eu sempre quis ser bombeiro!
A mãe sorriu e disse:
– Vamos ver o que se pode fazer.

Naquele mesmo dia, dirigiu-se ao Corpo de Bombeiros local. Explicou a situação e perguntou se seria possível o garoto dar uma volta no quarteirão em um de seus carros.

O chefe dos bombeiros respondeu:
– Olhe, acho que podemos fazer mais que isso! Se vocês estiverem prontos, daqui a uma semana, ás sete da manhã, faremos de seu filho bombeiro honorário por todo o dia. Ele pode vir para o quartel, comer conosco e sair para atender aos chamados. E se você nos der suas medidas, vamos providenciar um uniforme com o emblema do batalhão, chapéu e um casaco igual ao que vestimos, além das botas.

Uma semana depois, o bombeiro-chefe buscou o garoto, vestiu-o com o uniforme e escoltou-o do hospital até o caminhão. Sentado na parte de trás, ele foi levado até o quartel central. A criança estava no céu. Naquele dia, os bombeiros receberam três chamados e o garoto acompanhou-os. Em cada um deles, foi em veículos diferentes: no caminhão-tanque, na van dos paramédicos e no carro especial do Corpo de Bombeiros.O amor e a atenção que recebeu o tocaram, de tal forma que ele continuou vivo por um tempo maior que o previsto.

No entanto, certa noite, suas funções vitais, começaram a cair drasticamente e a enfermeira-chefe chamou a família. Então lembrando do dia em que o garoto tivera aquela experiência, decidiu ligar para a corporação e perguntar se era possível enviar um bombeiro ao hospital para ficar com ele.

O chefe respondeu:
– Podemos fazer mais que isso! Estaremos aí em cinco minutos. Faça-me um favor. Quando ouvir as sirenes, avise pelo auto-falante que não se trata de um incêndio. E sim de uma visita do Corpo de Bombeiros a um de seus integrantes especiais.

Cinco minutos depois, uma van e um caminhão com escada Magirus chegaram ao hospital. Estenderam a escada até o andar onde o garoto estava e por ela subiram dezesseis bombeiros.
Com permissão da mãe, deram-lhe um forte abraço, seguraram-no e disseram a ele o quanto o amavam. Num último esforço, o menino sorriu e fechou os olhos pela última vez.

E você? Será que diante de apelos profissionais, familiares ou de amigos está disposto a responder: Posso fazer mais que isso!

Colaboração: Romar Ribeiro de Oliveira

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